Aleixo Belov completa 80 anos concluindo mais uma travessia épica

Aleixo Belov completa 80 anos concluindo mais uma travessia épica

O nome Aleixo Belov é conhecido de toda a comunidade de entusiastas da vela. O ucraniano naturalizado no Brasil, e morador da Bahia desde os 8 anos de idade, acaba de realizar mais uma façanha, aos 80 anos de idade, completos no dia 9 de janeiro: a travessia da Passagem Noroeste, uma das rotas mais difíceis e perigosas que se conhece, do estreito de Bering, entre o Alaska e a Sibéria, circundando o Ártico ao norte do Canadá, e rumando para o sul entre o Canadá e a Groenlândia, navegando entre icebergs.

O Fraternidade, o veleiro escola com o qual já fez várias voltas ao mundo, retorna a Bahia após esta grande aventura, e sua história merece ser divulgada.

Depois de quase dez meses, a expedição comandada pelo velejador Aleixo Belov desembarcou na escadaria do Comando do 2° Distrito Naval da Marinha do Brasil, no bairro do Comércio, na manhã deste sábado (12). Com ele, a tripulação formada pela oceanógrafa Larissa Nogueira, o fotógrafo Leonardo Papini e a estudante Ellen Brito, além do mecânico Hermann Brinker e do engenheiro civil Maurício Pitangueiras percorreram 20 mil milhas náuticas até a Passagem Noroeste, no oceano Ártico. 

O time foi o primeiro com bandeira do Brasil a completar a pela Passagem Noroeste, que serpenteia por estreitos como o de Bering. Segundo especialistas, o trecho é considerado extremamente difícil para a navegação. “Foi um grande desafio, mas conseguimos vencer. Por isso, estamos muito felizes de estarmos de volta a Salvador após realizar este sonho de atravessar o Ártico”, afirmou Belov, em nota. 

O veleiro Fraternidade saiu de Salvador no dia 5 de fevereiro e passou por Natal (RN), pelo Caribe, Panamá, Havaí, Canadá, Alaska, Groelândia e pelo arquipélago de Açores, um território autônomo de Portugal.

Um dos desafios foi enfrentar os ventos fortes entre Panamá e Havaí, além dos riscos de colisão com os grandes navios na passagem pelo canal que liga o Atlântico ao Pacífico. 

Veleiro Fraternidade, um veleiro escola de 70 pés, em aço, construído por ele mesmo em seu estaleiro

“Tudo tremia (com o vento) e metia medo que os panos não aguentassem e fomos obrigados a apelar para os rizos (redução de vela). Estávamos meio esquecidos desta manobra, mas deu tudo certo. A maior preocupação era com os navios, para evitar que um deles passasse por cima da gente”, contou o comandante.

Segundo Belov, em alguns momentos, o veleiro teve que ficar preso a um bloco de gelo à deriva, esperando uma brecha no mar congelado para seguir adiante. Isso possibilitou atravessar a Passagem Noroeste com sucesso, em setembro.

Além de velejador incansável, Aleixo Belov é construtor de barcos. Os dois veleiros com que realizou suas façanhas foram construídos por ele. O Três Marias, construído em 1976, foi construído por ele mesmo no quintal de sua casa. Com ele realizou suas três voltas ao mundo em solitário. O Fraternidade, seu veleiro-escola de 21 metros, foi construído a partir de um projeto desenvolvido por ele mesmo, em um estaleiro que ele criou.

Como ele mesmo diz, “O sonho é o combustível que nos empurra, nos arrasta para diante. A vida segue e você deixa atrás de si as marcas de suas passadas na superfície da Terra”. Aleixo Belov certamente deixa sua marca, seu exemplo e uma grande inspiração para todos nós.

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